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Do sábado de Zé Pereira à quarta-feira de cinzas, onde houver uma bandinha de sopros, cordas e percussão tocando frevos, marchinhas e sambas – ou outros ritmos com arranjos carnavalescos para bailes em clubes e blocos de rua – pode haver uma nota de inclusão social pelo ensino de música.
Como regentes invisíveis desse concerto transformador, estão os Subprojetos Culturais de Bandas Filarmônicas da Juventude, financiados pelo Projeto Integrado de Desenvolvimento Sustentável do RN – o Governo Cidadão – com recursos do Acordo de Empréstimo entre o Governo do Estado e o Banco Mundial.
Os investimentos de quase R$ 4 milhões reergueram bandas desativadas ou estimularam a criação de novos conjuntos, resgatando a tradição das “furiosas” no interior do Rio Grande do Norte – algumas delas, centenárias e com amplo histórico de formação de instrumentistas e compositores.
Os recursos chegaram a 39 bandas, que receberam instrumentos e estrutura para iniciar crianças e jovens na arte e no ofício da música. Parcerias com as prefeituras dos 39 municípios garantiram a remuneração de maestros e o custeio das escolas de formação.
Como é próprio da cultura, o Carnaval já não se resume aos sons dos ritmos tradicionais na festa. A mudança dispensa juízo de valor absoluto, porque há quem goste e quem desgoste da apropriação da folia por outros ritmos e sons. O certo é que, mesmo no forró, no axé, no rock e no pop mais alheios à musicalidade de Momo, prevalecem a alegria desabrida e a energia contagiante que sempre estiveram na raiz dos quatro dias (ou mais) de folia.
E até aí, no menos carnavalesco dos conjuntos carnavalescos, pode estar um garoto, uma jovem, um músico profissional formado nas escolas que o Projeto Governo Cidadão fomentou pelo RN afora. Pra que a gente voltasse – como na marchinha atemporal de Chico Buarque – a ver, ouvir, dar passagem ou seguir a banda cantando coisas de amor.
Fernando Mineiro
Coordenador do Projeto Governo Cidadão
Secretário de Gestão de Projetos e Metas de Governo
